
É um resto, um prego, caixa de remédio
Toco de unha, frasco de perfume, rasgo de tédio
O resto da panela, foto rabiscada, extrato bancário
Sapato estragado, batom acabado, migalhas do salário
Coração em pedaços, cd arranhado, lágrimas no guardanapo
É o trapo, o desgosto.
O gosto acabado, o presente desembrulhado
O finito sem fim do trabalhador assalariado
Da latinha amassada do menino apressado

Da obra, da peça, da esperança e da promessa
Do lixo usado ao luxo almejado
É a vida. Apressada. Usada. Apreciada
A energia encontrada, a oportunidade escondida
O cuidado no manejo. É o traquejo.
O lixo é do meu, do seu, do nosso jeito.
2 comentários:
Thá, vc fica muito tempo longe deste blog, mas quando aparece, o faz com brilho. Com o brilho que é só seu e inconfundível!!!
Belíssimo...
Morro de saudade de vc!!!!
Please, keep writing!!!!
Quanto tempo sem postar!
Produzimos tanto lixo diariamente que a situação é alarmante. O importante é reciclar e criar algo bom com ele, nem que seja um texto.
;)
Postar um comentário