Tanto foi dito, sentido, pressentido, ressentido, pensado, repensado...simplesmente vivido.
Tenho tanto a escrever, mas tem faltado tempo para simplesmente parar.
Deixar os dedos correrem soltos pelo teclado ou pelo papel sem preocupar com o prazo a cumprir, sem regras ou normas pré-estabelecidas para obedecer, sem nenhuma lei a observar, apenas ser levada como as águas tranquilas de um riacho, que desde muito andam turbulentas e agitadas por aqui.
E de repente já é quase ano novo, de novo. Mas, dessa vez é diferente. Não houve, nem há espera tenra e planejada. Pela primeira vez na vida tenho a sensação de que tudo passou muito rápido, e talvez, não fossem as indicações de que o natal está aí, que o ano está prestes a acabar, eu correria o risco de passar a virada sem me dar conta de que simplesmente 2010 se foi.
E isso me deixa irremediavelmente arrasada. Não gosto de passar pela vida, aprecio que a vida passe por mim, que andemos juntas por todos os caminhos, sejam eles suntuosos ou não. Gosto de contar o tempo, não como o relógio, mas de ter consciência de que eu vivo e ele passa.
Não assim, tudo acelerado, pular da cama pra resolver os pepinos do trabalho ao ponto do trabalho se tornar a vida e a vida o trabalho. De ter a gastrite sinalizando que está tudo errado, que o ritmo adotado não é nada saudável, que não há o que se pague por um tempo dedicado a simples passeio no parque.
Esse segundo semestre foi como um trem descarrilhado na ladeira mais íngreme. Quanta velocidade! Não tive tempo para analisar o turbilhão de tudo que ficou e ficará em 2010. E no final, apesar de não ficar satisfeita, não sei se isso é bom ou ruim.
Não sei se significa intensidade demais a ponto de não ser sequer totalmente absorvida, ou se é apenas o resultado de dias frenéticos, de noites pouco e mal dormidas, de muito e muito trabalho.
Sinto como se uma vida inteira tivesse sido vivida em um único ano. Estou cansada. Preciso descansar a alma, o espírito. Preciso simplesmente parar...tudo.
Avaliar todo este ano que foi sem dúvida o mais enérgico de todos. Onde os sonhos mais bonitos foram vividos, e os pesadelos mais inesperados assombraram. Onde as ilusões mais doces foram saboreadas, e as tristezas mais profundas lamentadas. Onde o amor mais puro foi compartilhado, e a frieza mais solitária derramada.
Não foram apenas altos e baixos, foi o céu e o inferno, sem opção ao purgatório.
Desejo um 2011 nem menos, nem mais, apenas equilibrado. Em todos os aspectos.
Que assim seja.
3 comentários:
Thaíse, este ano foi muito atípico realmente. Acho que para todos.
Mas, passo aqui só para dizer que, mesmo longe, vc tem uma amiga aqui. Pode, se quiser, dividir comigo o que carrega e te pesa a alma! Vc é muito especial. Te conheci carregada de brilho e espero que continue carregando-o por onde for!
Beijo carinhoso!
Saiba que te observando de longe tenho te admirado!! Nao sei exatamente o que aconteceu no seu ano de 2010... mas saiba que voce e uma mulher maior e melhor!! Beijos... lindo texto!!
Long time no see!
E aí, como estão as coisas por essa Brasília?
Curioso como comentava ontem com um amigo o quanto 2010 foi marcado por turbulências de toda natureza!
Some não, e continue postando!
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