quarta-feira, dezembro 08, 2010

Tanta coisa aconteceu desde a última postagem.
Tanto foi dito, sentido, pressentido, ressentido, pensado, repensado...simplesmente vivido.
Tenho tanto a escrever, mas tem faltado tempo para simplesmente parar.
Deixar os dedos correrem soltos pelo teclado ou pelo papel sem preocupar com o prazo a cumprir, sem regras ou normas pré-estabelecidas para obedecer, sem nenhuma lei a observar, apenas ser levada como as águas tranquilas de um riacho, que desde muito andam turbulentas e agitadas por aqui.

E de repente já é quase ano novo, de novo. Mas, dessa vez é diferente. Não houve, nem há espera tenra e planejada. Pela primeira vez na vida tenho a sensação de que tudo passou muito rápido, e talvez, não fossem as indicações de que o natal está aí, que o ano está prestes a acabar, eu correria o risco de passar a virada sem me dar conta de que simplesmente 2010 se foi.

E isso me deixa irremediavelmente arrasada. Não gosto de passar pela vida, aprecio que a vida passe por mim, que andemos juntas por todos os caminhos, sejam eles suntuosos ou não. Gosto de contar o tempo, não como o relógio, mas de ter consciência de que eu vivo e ele passa.

Não assim, tudo acelerado, pular da cama pra resolver os pepinos do trabalho ao ponto do trabalho se tornar a vida e a vida o trabalho. De ter a gastrite sinalizando que está tudo errado, que o ritmo adotado não é nada saudável, que não há o que se pague por um tempo dedicado a simples passeio no parque.

Esse segundo semestre foi como um trem descarrilhado na ladeira mais íngreme. Quanta velocidade! Não tive tempo para analisar o turbilhão de tudo que ficou e ficará em 2010. E no final, apesar de não ficar satisfeita, não sei se isso é bom ou ruim.
Não sei se significa intensidade demais a ponto de não ser sequer totalmente absorvida, ou se é apenas o resultado de dias frenéticos, de noites pouco e mal dormidas, de muito e muito trabalho.

Sinto como se uma vida inteira tivesse sido vivida em um único ano. Estou cansada. Preciso descansar a alma, o espírito. Preciso simplesmente parar...tudo.

Avaliar todo este ano que foi sem dúvida o mais enérgico de todos. Onde os sonhos mais bonitos foram vividos, e os pesadelos mais inesperados assombraram. Onde as ilusões mais doces foram saboreadas, e as tristezas mais profundas lamentadas. Onde o amor mais puro foi compartilhado, e a frieza mais solitária derramada.

Não foram apenas altos e baixos, foi o céu e o inferno, sem opção ao purgatório.

Desejo um 2011 nem menos, nem mais, apenas equilibrado. Em todos os aspectos.

Que assim seja.