sexta-feira, junho 30, 2006

Como Criança


Escrevi esse texto há algum (bom) tempo atrás. Mas, hoje essas palavras acordaram tão vivas dentro em mim....

Quero pipoca e algodão doce, cachorro-quente e pamonha doce.
Quero acordar cedo e, sem pressa, contemplar a vida que, para existir, teve um alto preço.
Quero tomar banho de chuva, andar descalço pela rua, e ouvir Teu Espírito me dizer que sou amada filha Tua.
Quero brincar de pique e esconder-me em Tuas asas das dores...dos medos.
Quero pular, rir sem parar, adorar, e adorar.
Emocionar-me por ser tão amada e por tanto Te amar.
Quero rever meus amigos de infância e ver que o tempo passou me deixando boas e doces lembranças.
Quero crescer e ser sempre criança.
Quero ter responsabilidade sem me preocupar com idade.
Quero ter compromisso sem deixar de estar contigo, meu Pai e Grande Amigo.
Quero conversar sobre nada, quero conversar sobre tudo e sonhar... Sonhar com o Teu grandioso futuro.
Quero enxergar além dos óculos, dos títulos e das cascas dos corpos.
Quero amar o meu próximo como o Senhor o ama, o conhecendo pelo nome, e não por olhar a herança de seu sobrenome.
Quero realizar Teus desejos, amar Teus segredos.
Quero crescer com você, viver para você, meu amado Senhor e Mestre.
Quero ser assim... Criança por dentro, com o coração puro, grato e sedento!

“Portanto, quem se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no reino dos céus.” Mateus 18:4.
“Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança, de maneira nenhuma entrará nele.” Marcos 10:15.

segunda-feira, junho 26, 2006

Perto...bem perto


Viver e estar longe de você
É o mesmo que ter o conhecimento e faltar a sabedoria
É o mesmo que ter as palavras e faltar a poesia
É o mesmo que ter os dias e faltar a alegria

Viver e estar longe de você
É o mesmo que ter o ar e ficar sem respirar
É ter o chão e não ter onde pisar
É ter a estrada, o caminho, mas sem saber onde vai dar

Viver e estar longe de você
É o mesmo que ter a música e faltar a melodia
É o mesmo que ter o amigo e faltar a harmonia
É o mesmo que ter o amor e faltar a sintonia

Mas, então por que os dias insistem em encher meu coração de poeira?!
Aquele pó que me impede de te ver, me afasta....
E ao passar dos tempos o costume até se faz presente
E o vazio faz morada. Não. Ele não se torna ausente

Viver e estar longe de você não é a minha vida
É uma outra...bandida

Quero sua presença presente
O sangue que me une novamente

Viver e estar sempre perto. Perto de você.

Obrigada Deus. Por sua luz que dissipou as trevas que insistiam assombrar meu caminho.

quarta-feira, junho 14, 2006

Somos irmãos



Um conheceu o mundo e a família primeiro que eu
O outro fui eu quem apresentou e brindou a chegada
Juntos formamos um trio que completou a linhagem

Compartilhamos o mesmo colo e a mesma casa
Corremos no mesmo quintal, viajamos para os mesmos lugares
Tivemos os mesmos amigos, por um certo tempo, é verdade
Depois cada um foi descobrindo sua própria estrada

Vibramos com as mesmas vitórias, sofremos com as mesmas derrotas
As individuais compartilhamos, às vezes de perto e às vezes de longe
Às vezes um olhar silencioso e compadecido, às vezes um verbo rasgado e embrutecido
Mas, nunca nos abandonamos.

Brigamos milhões de vezes, nos ressentimos outras tantas e por vezes dizemos coisas feias e que depois deixou um vazio no coração
Mas que o próprio tempo se encarregou de apagar e nem marcas deixar.
Somos assim, irmãos.

Tão diferentes e vindos de um lugar tão igual
O mesmo pai, a mesma mãe.
As mesmas regras (nem tanto)
O mesmo amor

Essa irmandade nos fez livres, próximos tais que
Nos permitiu (e permite) dizer e desdizer,
Bendizer e maldizer
Mas ai de um outro que queira falar mal de você (s)


Hoje sinto um pesar quando penso que esse lar um dia vou deixar
Quando olho para a porta adiante de mim lembro das gargalhadas,
Das baboseiras que não falavam de nada,
Das brigas e picuinhas que hoje são piadas
Dos vexames e palhaçadas
Dos aniversários e dos natais

O passo se faz largo e por vezes nos deixam incertezas
Essa vida que insiste em nos levar para caminhos diferentes, talvez lugares que nem sei dizer
Mas encontro o conforto na certeza que o laço que nos une é sangue
É vida, família
Imortalizada.

terça-feira, junho 13, 2006

Gente como a Gente

Engraçado como uma pequena estrofe de um poema, ou como um pequeno trecho de um livro, ou ainda uma frase dentre as milhares existentes em um texto pode falar tão profundamente ao nosso coração.
Às vezes o assunto é específico, mas o que toca nossa alma é algo que para muitos pode até passar despercebido.
Foi assim que aconteceu comigo enquanto lia sobre um texto no Colunet.
Como nas palavras de Marcos Soares “Muitos criticam a mulher de Jó por sua atitude e seus conselhos errados. O próprio Jó disse que ela estava falando como uma doida varrida. Mas pelo menos ela estava lá. Não fez como algumas mulheres, que abandonam seus maridos à própria sorte na hora da amargura. Ela também tinha sofrido perdas. Os filhos eram dela também. A 1ª dama do Oriente agora estava na rua da amargura. E ela ficou ali até o fim.”

Quem nunca sofreu algum tipo de perda?! Perdeu um lugar, um alguém, algo que doeu, causou doridas feridas, te fez pensar em desistir, não pela falta de esperança, mas simplesmente porque a dor tem esse atributo...embaça as vistas e não enxergamos muito, apenas queremos nos livrar de tão árduo sofrimento.
A mulher de Jó também perdeu os filhos, a mulher de Jó também ficou pobre. Não tinha mais as jóias que ela estava acostumada a usar. Não tinha as muambas para fazer o serviço da casa, aliás, nem a casa ela tinha mais. Quanto mais as roupas. Ela não podia mais estar na moda. Sua vida também virou de cabeça pra baixo. As reviravoltas da sua vida também machucaram sua alma.
Ainda mais naquela época em que a mulher não podia muita coisa. E talvez o fato dela não ter se calado demonstre que muito mais do que a falta de sabedoria que teve ao falar pro seu marido amaldiçoar a Deus e morrer, ela explodiu o que a estava implodindo. Talvez a dor que a atormentava por dentro foi maior do que a vontade e a certeza de permanecer calada.
Muitas vezes ficamos calados diante das nossas dúvidas e feridas. Deixamos que elas acumulem dentro de nós, que fiquem amontoadas, que nos firam ainda mais. Talvez pela posição que temos em algum lugar ou para alguém, demonstramos estar sempre bem e com uma postura de que nada nem ninguém é capaz de nos abalar o suficiente. Somos sábios o bastante para aceitar tudo e calados. Somos mesmo, ou somos covardes, e assim criamos máscaras?! Odres velhos.
Mas, então o que fazer?!
Diante do inesperado, do indesejável, do inafastável, do inexplicável...da dor que insiste e persiste?!
Sair por aí gritando, xingando e esbravejando?! Dizer em alto e bom som que Deus nos desamparou?! Que a nossa dor, as nossas lágrimas Ele simplesmente não vê?! Culpa-lo pela má sorte?!
Definitivamente não.
Mas, definitivamente também digo não para o cálice da amargura.
O que temos a aprender com a mulher de Jó é que ela também sofreu, ela também se desesperou. Sim, naquela época as mesmas dores, as mesmas percas eram duramente sentidas e sofridas. Causavam o mesmo desejo de arrancá-la para fora.
Mas não. Não precisamos falar como ela.
Como falar então?!
O melhor exemplo para seguirmos é de um nazareno chamado de Jesus, o Cristo. Ele foi humilhado, sofreu a pior das desilusões, foi traído com um beijo, foi ultrajado, maltratado, xingado. Esteve nu diante de uma multidão, a mesma que outrora o seguia e queria os seus milagres. Sofreu, sofreu e sofreu como nunca ninguém antes. Esteve cercado de amigos e um dia depois estava abandonado pelo próprio Pai.
E o que Ele fez?! O QUE ELE FEZ??????
Quem Ele culpou?! Quem Ele xingou?! A quem Ele buscou?!
“Pai, por que me desamparastes?” essa pergunta ecoou nos céus, ecoou no meu coração. Doeu. Mas, doeu muito mais na alma de quem essas palavras brotaram.
Esses sentimentos são inerentes aos homens. Somos de carne e osso e sofremos.
Por isso amados, se se sentirem sós, desamparados, fracassados, abandonados, corram para o Pai, porque Ele disse que nunca, nunca nos abandonaria. O mundo e as coisas deste mundo são traiçoeiras e falhas, mas Cristo não. Por mais que você atribua o seu fracasso e a sua dor à Ele, saiba que por amor a você Ele sofreu a pior dor...Ele obedeceu até a morte mesmo se sentindo só.
Se estiver com vontade de gritar, grite.
Se estiver com vontade de chorar, chore.
Se estiver com vontade de se revoltar, revolte.
Mas, faça tudo isso no silêncio do seu quarto porque é ali, onde ninguém te vê, que Cristo te sara, te cura, transforma o seu pranto em festa. Foi ali que Ele transformou os meus traumas em experiência, em vontade de ver outras pessoas transformadas, saradas.
O problema não está em falar da sua dor, mas para quem você fala e a maneira como você fala.
Fale com Ele. Que te escuta e te sara.
Que possamos aprender com os erros, com os acertos e que todo mundo é gente como a gente.

“e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.” Mt. 28:20

segunda-feira, junho 12, 2006

Dia do nAMORado


Hoje é o dia dos namorados.
O meu, o seu, o nosso dia.

E gostaria de deixar registrada a alegria que você me proporciona por ser parte da minha vida.
Como enamorados e namorados, mais uma vez desfrutaremos desse dia e de toda magia que o cerca juntos. Mas, este tem um gostinho todo especial. Não precisarei ficar com você só no fim de semana e me contentar em te imaginar do outro lado da telinha. Agora você está aqui, faz parte de cada minuto do meu dia a dia.

Você é o sonho sonhado, a realidade realizada, o amor amado, o carinho desfrutado. Muito mais do que namorado, você é meu amigo, meu cúmplice, o braço forte que me ampara, o riso gostoso que me alegra, o amor demonstrado no olhar que me penetra, enaltece. As palavras sonorizadas que me estremecem.

Com você a chuva é mais gostosa de sentir, o pôr-do-sol mais bonito de se assistir, a vida mais intensa, o arco-íris mais colorido o amor mais vivido.

É por tudo isso que você é o melhor namorado do mundo e me faz querer ser melhor a cada dia, me faz sonhar com os dias futuros, com os sonhos que estão adiante de nós, com os planos que temos traçado.

Hoje eu comemoro ter você aqui dentro e fora. Presente.

À você todo o meu amor.
Te amo, te amo, te amo meu fofuchinho.

quinta-feira, junho 01, 2006

Copa do Mundo


Estamos quase lá.
Faltam apenas alguns dias.
Estou ansiosa, quero ver a seleção em campo, ver o coração da nação vibrando, todos juntos. Caras pintadas, bandeiras nas sacadas, ruas enfeitadas, as nossas cores estampadas.
Tudo bem, podem dizer que futebol é o circo, o ópio do povo. Que seja.
O que não podem negar é o fascínio que a seleção brasileira em campo em plena copa do mundo é capaz de gerar em nós brasileiros. Da mais tenra a mais avançada idade, dos mais cultos aos mais simples, dos célebres aos humildes. É capaz de nos fazer um: brasileiros.
Não sou do tipo fanática por futebol, aliás, acho um absurdo se trocar tanta coisa boa na vida, por uma “pelada”, ou simplesmente para ver o “seu time” em uma final de campeonato.
Mas, talvez entenda esse sentimento em um momento como esse que estamos prestes a viver, ainda que há milhares de quilômetros.
Não sei se você já entrou em um estádio de futebol lotado, a torcida em peso gritando, vibrando, se debulhando em lágrimas, sorrisos, gritos, brados. Todos em uma só voz, unidos sem mesmo se conhecerem.
Uma vez tive a oportunidade de presenciar um acontecimento assim em um jogo importante do time do meu pai. Fiquei encantada com aquelas milhares de vozes cantando como em um lindo coral. O sonho de ver o Brasil jogando em uma copa do mundo brotou em meu coração.
É quase que mágico ver brasileiros em um local tão distante e se sentirem tão próximos, tão unidos. Por isso o futebol é um dos poucos esportes que me contagia.
A vontade de colocar os jogadores em frente ao gol e fazer com que aquela bola alcance a rede é tão grande que não conseguimos ficar sentados nas cadeiras, nos levantamos, brigamos com eles, damos dicas, imaginando que talvez possam ouvir, temos “amuletos”, fechamos os olhos, gritamos que é GOLLLL, nosso coração dispara, nossos olhos brilham, uma lágrima brota, o abraço se faz, a emoção transborda.
Oramos desesperadamente para que o adversário não se aproxime de nós, e os que eram incrédulos se tornam fervorosos na fé.
O time brasileiro em campo é muito mais do que onze jogadores disputando uma bola, essa seria a mais fria das leituras. Na verdade, são os milhões de brasileiros mostrando ao mundo inteiro as cores que correm dentro de si: sim, somos verde e amarelo. Canarinho.
Somos festa, somos riso, somos a jinga, somos o grito vindo das entranhas do nosso ser, somos o calor humano que sobressai o cutâneo. Somos gente, somos solidariedade e isso todos podem ver.
Talvez seja por isso que a Nação pare nos 90 minutos de jogo. Empresas, escolas, comércio, repartições públicas, enfim, todos querem ver o Brasil na telinha, querem ver a nossa arte, querem ver que além do esporte, muito além, transmitimos a alegria de ser brasileiro. Apesar de toda injustiça, de toda corrupção, de toda mentira que agride a nossa nação, apesar da nossa política suja, das mazelas sociais, apesar de tudo isso, somos um povo feliz, e que se sente orgulhoso por isso. E talvez também seja por isso que atraímos as pessoas para que também conheçam além do futebol.
Isso não é tudo, mas como fico feliz de ver todos aqui e lá fora se sentirem assim tão unidos. Enlaçados.