quarta-feira, dezembro 10, 2008

O Anjo Imaginário

Amizade antiga no tilintar da cantiga
Que a distância vencida cuidou de estreitar
Outrora no vento, entretecida no tempo
Perdida nos ares, mas que o coração não deixou de guardar

Oportunidades perdidas da doce cantiga que parou de cantar
Mesmo calada, suas notas não deixou de velar
Esteve aquecida nos arredores do pensamento
Ainda que um só doce breve momento

Depois que novamente se aproximou
O quebra-cabeça alinhou
Era o tal anjo imaginário que sentenciou:
Relações mudam, sentimentos se transformam
E de tudo, o que fica é um Amigo de verdade
Que não se perde, permanece.




Aos meus queridos amigos que a distância leva, mas que a vida sempre traz de volta!

terça-feira, novembro 25, 2008

"Quando a luz dos olhos meus.."

Hoje passeei pela vida ao som de "Pela Luz dos olhos Teus"...nem preciso de mais lararará...
É só uma alegria que invade...aquela alegria de quando olhamos em volta e nos damos conta de quem temos ao nosso redor, de quanto coisa boa e linda vivemos e estão a nossa frente para serem vividas amanhã...eu só preciso de um céu azul anil e um balão grande...
Let's be happy!

sábado, setembro 20, 2008

Deixando o vento entrar..

Alguém certa vez me disse "abre a janela e deixa o vento entrar".
Hesitada, preponderei: "gosto da vida no seu lugar".
Algum tempo depois decidi..passos firmes e coração na boca, descranquei a janela, mais uns segundos e pronto...escancaradamente aberta para os bons ventos entrarem.
E eis que vieram...tiraram tudo do lugar, os meus pés inclusive...Agora eu só quero voar!

quinta-feira, março 27, 2008

Sentimentalidades

Eu realmente devo assumir. Sou sentimental.
Sou sentimentos e vivo cada um deles em tudo que faço.
Quando fico triste, eu realmente me entristeço. Sinto densas nuvens sobre a minha cabeça, sinto o chão se abrindo debaixo dos meus pés e me sugando para baixo, tudo realmente escurece, choro lágrimas doloridas, e quando dói, dói muito. Profundamente, latejante, e parece que nunca a tristeza vai passar.
Mas, passa...o dia amanhece e lá estou eu sentindo outras coisas, dando outros passos, e quando caminho, sinto até aquelas pedrinhas minúsculas que existem no chão.

Gosto de parar pra apreciar a paisagem, seja ela de concreto ou de ferro, de mato ou de barro..não importa, gosto de sentir o lugar pelo qual estou passando, e de sentir que ele está passando por mim.
Olho intensamente para tudo à minha volta e sinto tudo sendo impresso, marcado com brasa quente. Talvez seja essa a razão de fechar os olhos, lembrar de um lugar ou de um tempo que ficou pra trás, e conseguir sentir o que foi sentido, o que foi cheirado, ouvir o que foi dito como se tudo permanecesse vivo e latente, pulsando quente ainda dentro de mim.

Quando me alegro é intenso. Fico boba, rindo à toa, por nada, de tudo, do mundo! Canto como quem canta, danço como quem dança, e riu em alto e bom som, sem pensar em quem está me observando do outro lado da esquina.
Melhor ainda é andar sorrindo sem que nada de bom tenha acontecido, apenas a doce alegria por estar vivo.
Amo estar apaixonada, mais ainda me apaixonar pelas mesmas coisas, pelas mesmas pessoas porque assim elas não envelhecem, permanecem brilhando, deixam um constante arrepio por dentro do estômago que não me enjoa. E quando estou apaixonada, fica bem estampado na testa..nada aborrece, tudo são flores, e vermelhas diga-se de passagem.
Mas, melhor do que estar apaixonada é amar com paixão. Um amor consciente e sem razão aparente. Que sabe e que deixa de saber no mesmo instante, mas que permanece constante...sentindo assim dá vontade de abraçar o mundo inteiro, e por que não?!

Tenho uma vontade no peito maior do que a minha própria capacidade, e por isso estou sempre iniciando um projeto novo. Seja um desenho, uma carta, uma caixa, um curso, um discurso, uma peça, um grupo..de dança, de arte, de prece...gosto de me sentir parte, de fazer ser parte, de ter a agenda cheia, de desmarcar tudo e ficar de bobeira...assim, bem extrema eu sou.
Mas, eu também me enfureço. Ahhhhh, quando bate aquela raiva revoltante eu falo sozinha, brigo com alguém imaginário e sempre ganho!(hehe), faço cara feia, levanto um bico e fico de mal de meio mundo para logo depois ficar de bem, mas odeio palavrão, é uma falta de respeito e meio que sem perdão (ta, tem perdão sim, mas pra mim algo se quebra), por isso eu só deixo as palavras alçarem voz quando é alguém que realmente ouve, fala e esquece na mesma hora, e eu só conheço 5 pessoas que se encaixam nesse grupo...adivinhem só: pais, irmãos e uma prima! Que coisa...quem menos merece...mas, é tão meu coração que falo, ouço, desfalo e tudo permanece igual..é assim mesmo, sem explicação.

Adoro fazer dengo, cara manhosa e ficar preguiçosa, só pra ter alguém bajulando, e aí me sinto como uma criança desprotegida, arraigada num par de braços que aquece..é tão gostoso sentir necessidade de alguém.. mas, peralá, eu também sei me fazer independente, me sinto gente grande e dona do nariz sempre que precisa e é necessário aqui dentro, e sinto com força, até chego mesmo a acreditar que se fosse preciso poderia viver ali do outro lado do mundo sem ninguém que eu conheça por perto...a gente se vira nos trinta, eu viro, você também, eu aposto.
Eu também sinto uns sentimentos ruins, que me esforço pra se esvaírem bem logo de dentro de mim...tem hora que é bem fácil, basta ouvir uma música, ver alguém, escrever, conversar...noutras é mais complicado e é preciso mais de mim mesma e mais de Deus em mim, porque vocês sabem, sou uma homo sapiens, e é complicado.

Eu sinto saudades, muitas saudades, dói, me faz chorar, rir, ouvir vozes, ver rostinhos e sentir cheirinhos que já não estão mais aqui como antes. Tenho tantas lembranças quanto cabem em meu coração, e como ele é muito maior do que aparenta, existem muitas coisas guardadas. E quando toca aquela trilha sonora no rádio, em casa, no carro, tudo de antes vem para o presente...é aquela boa nostalgia que me faz lembrar o quanto a vida foi boa, o quanto os anos que se foram serão sempre ma-ra-vi-lho-sos!
Também sonho muito. Dormindo ou acordada, não importa...estou sempre sonhando, imaginando algo, tendo esperanças com o amanhã, com as pessoas, com a vida...e são sonhos tão intensos que desencadeiam uma série de reações e sentimentalidades...as minhas sentimentalidades.

Sou alimentada por palavras. Escritas, fonadas, faladas, soltas, cantadas, poetizadas..elas não vão com o vento, entram pelas janelas e ficam do lado de dentro. Mudam meu mundo, meu olhar, meu pensar..
É assim..tudo que sente, que passa pela mente...por isso escrevo das minhas sentimentalidades.



P.S: Enquanto escrevia esse texto, o telefone tocou...era uma amiga com a voz vibrante e feliz do outro lado da linha...a notícia liberou tanta adrenalina dentro de mim que por um momento perdi os sentidos, as mãos suaram e uma força sobrenatural empurrou o brado de vitória pra fora da garganta...EU PASSEI!!!

terça-feira, março 25, 2008


Tudo dentro em mim flutua
Não existe peso de nada, assim como não há prego que se detenha, ou finca que se assente.
Só fluídos, vozes soltas, emaranhados de pensamentos, palavras despregadas, frases sem nexo..
Fecho a porta e me detenho nesse imenso e vasto vão que caminha meio sem chão, sem direção certa, passos desconectos, incertos...
E eis que surge um som diferente, lá fora...um sussuro que veio com o vento..os bons ventos do sul, do norte, do leste e do oeste..ventos que trazem um novo ar, a esperança..
Abro a janela e um raio do imponente sol perspassa todas as frestas encobertas, a penumbra aos poucos dá lugar a uma luz brilhante, é a vida que novamente invade a casa...

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Meus cinco anos...

O início da minha caminhada universitária me dava uma constante sensação de ter caído de pára-quedas naquela segunda opção de curso. Um estranho sentimento de não pertencer àquele mundo de leis que insistia em apresentar-se a mim. Mas, como a estudante dedicada de sempre, nunca deixei a desejar nas salas com acaloradas discussões ética-filosóficas e nas notas que me fazia conhecida pelos professores.
No entanto, era nos intervalos, nas tardes de caloura, nos finais de semana e mesmo no meio de uma aula cansativa que eu e as amigas lindas, Tha e Vivi, que ganhei logo nos primeiros dias, discutíamos nossos dramas psicológicos. Era a faculdade pública que tinha ficado pra trás, a cidade que não se conheceria mais, o curso tão iludidamente desejado que não preencheria mais. Então o que fazer?!
Estudar desesperadamente para outro vestibular não era a idéia mais tentadora, preferimos prosseguir. Juntas, pensamos, seria mais fácil, ao menos mais divertido os próximos cinco anos.
Entretanto, já logo nos primeiros meses foram inúmeras mudanças. Colegas deixando a classe para trás e prosseguindo em busca de outros cursos, outros rumos. Nós permanecemos. Firmes nem tanto, mas unidas, compartilhando os temores, os segredos, as fossas, as alegrias, as vitórias, as provas, os conhecimentos. Algo valeria a pena.
Eu, na minha ânsia de querer mais, acabei fazendo outro vestibular. Estudava no amanhecer do dia, e no cansaço da noite ia para um cursinho relembrar as matérias para o vestibular. Várias foram as aulas que dediquei aos livros de literatura, e minhas fiéis escudeiras me ajudaram a não me perder em tantas matérias. O surpreendente foi ter feito a inscrição para o mesmo curso que eu desejava abandonar...vai ver já estava apaixonada sem sabê-lo. A Federal mais uma vez abriu a portas e alimentou a esperança com a 1° fase, mas me bateu a porta na cara com a 2°.
Decidi esquecer tudo isso e terminar o que tinha começado...ali mesmo, na faculdade particular que nunca pensei em estudar. Odontologia que já não me causava devaneios foi ficando de lado.
Veio então aquela viagem de férias que me fez esquecer completamente da matrícula, me obrigando a mudar o turno. Pessoas completamente diferentes! Até o mesmo ambiente tinha uma outra conotação, era outro mundo. Mas, foi assim que me encontrei com o Direito e ele comigo. Como se tivesse acabado de descobrir a “roda”, fiquei maravilhada! Dediquei horas em um grupo de pesquisa cientifica, projetos...aulas e matérias que me trouxeram outros, diferentes e maravilhosos sonhos. Outra vida. Desconhecida.
Nesse momento de encantamento e descobertas foi quando também fui agraciada por Deus para conhecer o amor da minha vida. Um presente sem precedentes!
As mudanças não pararam por aí...uma das minhas lindas amigas decidiu uma mudança de 360° e foi fazer Engenharia (que loucura!). Ficamos as duas Thas. Ganhamos uma irmãzinha Chialchia pra dividir a estrada e continuamos a caminhada.
Uma fascinante aula, um bom professor, uma estreita porta, um estágio. Um sonho alimentado....um trabalho na área que me mostrou a dantesca diferença entre a teoria e a prática. Entre os livros e a realidade. Uma bela experiência...que foi ainda mais interessante e divertida por poder dividir a sala, os processos e o computador com minha amiga desde antes de tudo aquilo ser.
Mas, eram já tantas mudanças que não ficaram só por aí...fui trabalhar em outro lugar, o estágio ficou pra trás, deixando marcas e saudade. As irmãzinhas também ficaram pra trás, naquela que foi a mais brusca mudança de realidade.
E entre dúvidas, incertezas entre o que fazer, o que valorizar, e no que se apegar, tive mãos e ombros pra me sustentar, os amigos de verdade com quem pude contar naquele momento...
Os grupos de trabalho mudaram, as companheiras diárias também, assim como os horários, os donos dos cadernos emprestados e seus destinatários de empréstimos. Uma beleza só! Uma diversidade de dar gosto.
O contato diminuiu drasticamente, assim como o meu tão precioso tempo, mas isso não impede uma amizade de crescer e se fortalecer, e a distância é a que tão bem é capaz de provar e comprovar os laços que nos ligam uns aos outros.
Foram grandes mudanças, mas que me trouxeram grandes surpresas, muita gente boa pra mais perto de mim, gente nova, amigos que se fizeram conhecidos. Mais riqueza. Uma boa soma, que nem por isso impediu as perdas e subtrações que existiram no começo de tudo isso...o que serviu para crescimento e aprendizado...experiência! Transformações boas.
Hoje, na reta final de mais uma etapa dessa boa dádiva que é a vida, olho para trás e me surpreendo com tantas coisas maravilhosas, tantas mudanças intensamente vividas, sofridas, aprendidas, alegremente inseridas nessa minha trilha. É bom parar pra recordar como vim parar aqui, de onde venho e para onde quero ir...é isso que me faz permanecer. Continuar caminhando mesmo quando o cansaço e a fraqueza se fazem tão presentes..caminhando lado a lado.
Nesse findar de curso, vejo tantos colegas sem rumo...sem saber o que fazer, pra onde ir, o que esperar de si e da vida que modela com outra face. Pessoas que não se alegram com a vitória de terminar uma etapa, mas que se entristecem e se apavoram com uma realidade que começa sem ter definição ainda.
Pensar assim é realmente apavorante. Assim como é o terrorismo que criam em torno da monografia. A pressão é tão grande que o que deveria ser um momento bom para reflexão de um tema que te envolva e te faça aprender e desenvolver, acaba te sugando por completo, esgotando todas suas forças.
Não imaginei que fosse viver algo assim...comecei o ano tão bem, tão empolgada, tão feliz por estar cumprindo mais essa etapa, por estar subindo mais esse degrau. Mas, assim que terminei de escrever, me senti exaurida. Consumida por completo. Uma sensação estranha que só! E talvez pela debilidade do momento, também fui acometida por uma crise-existencial-socrática-pós-moderna-universitária. Algo semelhante ao que já vinha acontecendo em efeito cascata do meu lado, atingindo meus colegas. Atingiu a mim também. Ferida, caída, sem convicção do que fazer, de que carreira seguir, no que realmente investir...foi assim que me senti. Em um labirinto dentro da alma. Dúvidas entre o que fazer, o que ser, e o que buscar para ter o quê.
Estou buscando forças e direção em Deus. Mais uma vez o Aquele que É, me levanta em amor e me incita em buscar nEle o caminho e a direção.
A vida nos dá escolhas, oportunidades, mas somos nós que temos vontades..e elas estão recheadas de temores e incertezas.....Entre o emprego estável e uma vida de mochilas, entre o comodismo e a aventura...é difícil escolher. Decidir entre o que vale a pena viver.
O que eu sei hoje é que esses cinco anos valeram muito a pena. Chego até aqui com a alma leve, com o sentimento de não apenas dever cumprido, mas realização. Uma não-vontade que se transformou numa boa realidade, um bom sonho.
Ainda não sei o que essa vida me reserva nos próximos 5 anos...o que serei, no que me transformarei, aonde estarei, trabalhando com que, ou em que lugar...não que isso me transforme em uma folha seca levada pelo vento, mas me faz crer que por mais que eu tenha uma direção por vontade própria a seguir ou ela esteja sem forma definida pelas sombras dos temores, a vida é inesperada em cada esquina, e sei que impensadas e inúmeras possibilidades podem surgir! O importante é prosseguir e nunca, nunca desistir.
Que venham os próximos anos, e novos desafios.