quinta-feira, março 27, 2008

Sentimentalidades

Eu realmente devo assumir. Sou sentimental.
Sou sentimentos e vivo cada um deles em tudo que faço.
Quando fico triste, eu realmente me entristeço. Sinto densas nuvens sobre a minha cabeça, sinto o chão se abrindo debaixo dos meus pés e me sugando para baixo, tudo realmente escurece, choro lágrimas doloridas, e quando dói, dói muito. Profundamente, latejante, e parece que nunca a tristeza vai passar.
Mas, passa...o dia amanhece e lá estou eu sentindo outras coisas, dando outros passos, e quando caminho, sinto até aquelas pedrinhas minúsculas que existem no chão.

Gosto de parar pra apreciar a paisagem, seja ela de concreto ou de ferro, de mato ou de barro..não importa, gosto de sentir o lugar pelo qual estou passando, e de sentir que ele está passando por mim.
Olho intensamente para tudo à minha volta e sinto tudo sendo impresso, marcado com brasa quente. Talvez seja essa a razão de fechar os olhos, lembrar de um lugar ou de um tempo que ficou pra trás, e conseguir sentir o que foi sentido, o que foi cheirado, ouvir o que foi dito como se tudo permanecesse vivo e latente, pulsando quente ainda dentro de mim.

Quando me alegro é intenso. Fico boba, rindo à toa, por nada, de tudo, do mundo! Canto como quem canta, danço como quem dança, e riu em alto e bom som, sem pensar em quem está me observando do outro lado da esquina.
Melhor ainda é andar sorrindo sem que nada de bom tenha acontecido, apenas a doce alegria por estar vivo.
Amo estar apaixonada, mais ainda me apaixonar pelas mesmas coisas, pelas mesmas pessoas porque assim elas não envelhecem, permanecem brilhando, deixam um constante arrepio por dentro do estômago que não me enjoa. E quando estou apaixonada, fica bem estampado na testa..nada aborrece, tudo são flores, e vermelhas diga-se de passagem.
Mas, melhor do que estar apaixonada é amar com paixão. Um amor consciente e sem razão aparente. Que sabe e que deixa de saber no mesmo instante, mas que permanece constante...sentindo assim dá vontade de abraçar o mundo inteiro, e por que não?!

Tenho uma vontade no peito maior do que a minha própria capacidade, e por isso estou sempre iniciando um projeto novo. Seja um desenho, uma carta, uma caixa, um curso, um discurso, uma peça, um grupo..de dança, de arte, de prece...gosto de me sentir parte, de fazer ser parte, de ter a agenda cheia, de desmarcar tudo e ficar de bobeira...assim, bem extrema eu sou.
Mas, eu também me enfureço. Ahhhhh, quando bate aquela raiva revoltante eu falo sozinha, brigo com alguém imaginário e sempre ganho!(hehe), faço cara feia, levanto um bico e fico de mal de meio mundo para logo depois ficar de bem, mas odeio palavrão, é uma falta de respeito e meio que sem perdão (ta, tem perdão sim, mas pra mim algo se quebra), por isso eu só deixo as palavras alçarem voz quando é alguém que realmente ouve, fala e esquece na mesma hora, e eu só conheço 5 pessoas que se encaixam nesse grupo...adivinhem só: pais, irmãos e uma prima! Que coisa...quem menos merece...mas, é tão meu coração que falo, ouço, desfalo e tudo permanece igual..é assim mesmo, sem explicação.

Adoro fazer dengo, cara manhosa e ficar preguiçosa, só pra ter alguém bajulando, e aí me sinto como uma criança desprotegida, arraigada num par de braços que aquece..é tão gostoso sentir necessidade de alguém.. mas, peralá, eu também sei me fazer independente, me sinto gente grande e dona do nariz sempre que precisa e é necessário aqui dentro, e sinto com força, até chego mesmo a acreditar que se fosse preciso poderia viver ali do outro lado do mundo sem ninguém que eu conheça por perto...a gente se vira nos trinta, eu viro, você também, eu aposto.
Eu também sinto uns sentimentos ruins, que me esforço pra se esvaírem bem logo de dentro de mim...tem hora que é bem fácil, basta ouvir uma música, ver alguém, escrever, conversar...noutras é mais complicado e é preciso mais de mim mesma e mais de Deus em mim, porque vocês sabem, sou uma homo sapiens, e é complicado.

Eu sinto saudades, muitas saudades, dói, me faz chorar, rir, ouvir vozes, ver rostinhos e sentir cheirinhos que já não estão mais aqui como antes. Tenho tantas lembranças quanto cabem em meu coração, e como ele é muito maior do que aparenta, existem muitas coisas guardadas. E quando toca aquela trilha sonora no rádio, em casa, no carro, tudo de antes vem para o presente...é aquela boa nostalgia que me faz lembrar o quanto a vida foi boa, o quanto os anos que se foram serão sempre ma-ra-vi-lho-sos!
Também sonho muito. Dormindo ou acordada, não importa...estou sempre sonhando, imaginando algo, tendo esperanças com o amanhã, com as pessoas, com a vida...e são sonhos tão intensos que desencadeiam uma série de reações e sentimentalidades...as minhas sentimentalidades.

Sou alimentada por palavras. Escritas, fonadas, faladas, soltas, cantadas, poetizadas..elas não vão com o vento, entram pelas janelas e ficam do lado de dentro. Mudam meu mundo, meu olhar, meu pensar..
É assim..tudo que sente, que passa pela mente...por isso escrevo das minhas sentimentalidades.



P.S: Enquanto escrevia esse texto, o telefone tocou...era uma amiga com a voz vibrante e feliz do outro lado da linha...a notícia liberou tanta adrenalina dentro de mim que por um momento perdi os sentidos, as mãos suaram e uma força sobrenatural empurrou o brado de vitória pra fora da garganta...EU PASSEI!!!

3 comentários:

joshua disse...

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Congrats! Take these words like a blossom blessing as I'm bloging around.

PALAVROSSAVRVS REX

Anônimo disse...

Nossa... muito sensível!! Tô anestesiado!

A poesia como prelúdio para o texto seguinte... ali as idéias se complementam, motivo do curto espaço entre os dois posts...

Uma exposição de sentimentos! Para quem te conhece apenas através de momentos muito ‘restritos’, particulares, é muito interessante e prazeroso conhecer as outras facetas da Thaíse de forma tão poética. =D

Anônimo disse...

Que sensível vc... =)
E concordo em tudo oq vc disse, prima. Já falamos tanto uma pra outra, que o que nos fez esquecer, foi o amor de irmãs q temos uma pela outra.

love you!
;**