quinta-feira, dezembro 13, 2007

Por escolha divina
Em um dia de brado
Eu nasci no cerrado

Em uma terra de mato
Mesmo quando cortada por trilhas e asfalto
Muita lavoura e gado

No meio do povo bonito que fala arrastado
Cresceu a menina de jeito meigo e sotaque carregado
O cordão umbilical está cá, na capital do Estado

Mas a cidade de flores tão grande e encantada
Tão bonita e tão amada,
Já não aparenta mais tão ilimitada
Seus limites ficaram aquém da estrada

Quero agora ter a cidade eleita
Que seja perdida ou perfeita



Garimpar ouro pra lá de além mar
Ver o sol nascer do lado de lá

Nadar em outro rio profundo
Viver a vontade que me impulsiona a estar em outro mundo....

domingo, agosto 12, 2007

Beleza Rara



Um batom provocante, um olhar penetrante,
Uma roupa legal, sapatinho de cristal,
Um vocabulário requintado, o esmalte pintado
Corpo malhado, barriguinha sarada
Um espelho na sala e uma imagem: beleza cara
Os traços, as palavras doces, o nobre coração
Tudo isso já não conta mais
O que basta é ter uma boa imagem
Ainda que seja bem caro sua conservação
Ainda que o abraço fique adiado para não estragar o penteado
Ainda que a chuva não seja sentida para não molhar a roupa preferida
Ainda que o amor não seja demonstrado para não deixar o borrado
Ainda que o amor próprio, aquele que fez Narciso se afogar, fira o meu ente mais próximo
Mas o bom da vida é deixar o vento te despentear
A criança com o doce e o melado te sujar
Deixar o abraço gostoso te apertar e amarrotar
Ser acarinhado pelo gotejar da chuva
E se para isso for preciso sair de casa com aquele vestido de chita,
Com aquele chinelinho de dedo, que assim seja
O que não pode é economizar tempo, sorrisos, abraços
Conversas, lágrimas, poemas, declarações...
Não se pode economizar a vida
Viver a vida assim e desfrutar com equilíbrio e sabedoria é a maior beleza – Beleza rara

Tha.

domingo, junho 17, 2007

Dois meses...

Exatamente dois meses sem postar!
Parece tudo tão abandonado, tão sem palavras, sem vida....
Aconteceram tantas coisas! Tantas boas dádivas e algumas linhas tristes também...
Tantas comemorações..aniversário do jardineiro-regador-da-minha'lma, do dia do grande encontro, do blog! Uma das pessoas mais importantes da minha vida ganhou um lindo ano de vida e eu ganho junto; o encontro mais lindo de duas vidas; e o bloguinho que fez seu primeiro aniversário...
Apesar de não ter tido tempo para postar, nada disso ficou em branco...papel e caneta são igualmente fundamentais para quem ama escrever, mesmo que não seja publicado em lugar algum...ficam expressos, marcados, dispostos nas linhas de algum lugar.
Dois meses...parece tão pouco tempo, mas quantas coisas podem acontecer num curto espaço de tempo! E na sua doce vida o que aconteceu?! Conta pra mim vai...

terça-feira, abril 17, 2007

sou...

Sou o sol, sou a lua
Sou o mar e sua espuma
Sou o campo, sou o rio
Sou sempre ternura

Sou o chão, o vão
O ombro e a mão

Sou a matemática
Sou a história, um poço de memória

Sou a razão, a emoção
Sou a paixão e a canção
Um mosaico no coração

Sou o jardim, a flor,
Sou o amor
A cura e a dor

Sou diversa, multiforme
Com perguntas e respostas

Sou a alma despida de mentiras
Sou a sinceridade em busca da Verdade

Sou humana, sou terrena
Uma efêmera em busca da Eternidade

Sou rasa, intensa
Um sopro de existência

Sou criança e experiência
A ânsia pela sapiência!

Sou a escuridão e o farol
O elo e o nó

Sou a conquista e a derrota
A alegria, o poema e a prosa

Sou a lágrima
Sou a angústia e a paz
A dúvida e a certeza

Um labirinto
Trilhando o Caminho

Sou a súplica e a oração
A culpa e o perdão

Sou a calma e a fúria
O calor e a chuva

Sou o verão, o inverno
Sou as quatro estações
Uma miscelânea de sensações

Sou a presença e a ausência
A saudade

Sou o espelho e a imagem
Gente que sente
Gente do pó
A semelhança dAquele que me deu essa pluralidade
O que É e NEle busco ser.

Viva a complexidade!!

segunda-feira, abril 16, 2007

A grande poesia da vida

Um poema, uma canção.
O papel e a caneta na mão...vejo o que não percebo. Sou eu.
Sem preocupações, sem vestes ou segredos.
O papel é o espelho daqui de dentro.
Revelador, questionador...
E o verso de outro mostra o quão próximos somos.
Humanos num mundo de máquinas.
A poesia traz vida, acalenta a alma.

Deus é o maior de todos os Poetas, o maior de todos os Artistas e nEle está a grande beleza da vida.
Na variedade das cores com que pincelou a natureza.
Na grandiosidade de detalhes que teceu a humanidade.
Quando penso em escrever, lembro do Pai de amor que vivendo exalou amor. Não foi no papel, não foi com as tintas, não foi no palco nem no tablado. Foi na vida.
Maior poesia que essa eu não conheço. É isso que eu quero alcançar...

terça-feira, março 20, 2007

Um juiz arretado


Normalmente as pessoas têm uma idéia equivocada da Justiça. Mas isso, ifelizmente, não decorre apenas da simples ignorância de assuntos jurídicos ou das leis que o norteiam. E sim da inalcançabilidade de muitos juizes, da ganância e das atitudes inescrepulosas de muitos advogados(eu não vou dizer todos, porque de fato não são todos, e se um dia eu for uma, espero que ao menos você que lê e me conhece me tenha como exceção e distinta consideração.rs) e também da falta de tato de muitos promotores. Além é claro, da postergação da efetiva justiça ao caso concreto.

Como o Poder Judiciário atinge os direitos das pessoas, envolve suas vidas, suas liberdades, seus patrimônios, e sua moral, é evidente que o não atendimento das suas necessidades deixa uma lacuna na alma, de que você não foi atendido, seu direito foi desconsiderado.

Mas, existem pessoas que fazem parte desse mundo que fazem a diferença, que se colocam no lugar do outro, que lhe dão não apenas o amparo legal, mas o ombro, e quando eu vejo isso fico extremamente feliz, porque eu sei que a diferença pode ser feita em qualquer meio, e isso alimenta a esperança de um mundo melhor.


Então, vou compartilhar mais uma sentença (que encontrei no Blog do Cardoso hehe) esplendorosa com vocês.


Processo: Número: 0737/05
Quem pede: José de Gregório Pinto

Contra quem: Lojas Insinuante Ltda, Siemens Indústria Eletrônica S.A e Starcell


Ementa: UTILIZAÇÃO ADEQUADA DE APARELHO CELULAR. DEFEITO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO FABRICANTE E DO FORNECEDOR.


Sentença:
Vou direto ao assunto. O marceneiro José de Gregório Pinto, certamente pensando em facilitar o contato com sua clientela, rendeu-se à propaganda da Loja Insinuante de Coité e comprou um telefone celular, em 19 de abril de 2005, por suados cento e setenta e quatro reais. Leigo no assunto, é certo que não fez opção por fabricante. Escolheu pelo mais barato ou, quem sabe até, pelo mais bonitinho: o tal Siemens A52. Uma beleza!


Com certeza foi difícil domar os dedos grossos e calejados de marceneiro com a sensibilidade e recursos do seu Siemens A52, mas o certo é que utilizou o aparelhinho até o mês de junho do corrente ano e, possivelmente, contratou muitos serviços. Uma maravilha!


Para sua surpresa, diferente das boas ferramentas que utiliza em seu ofício, em 21 de junho, o aparelho deixou de funcionar. Que tristeza: seu novo instrumento de trabalho só durou dois meses. E olha que foi adquirido legalmente nas Lojas Insinuante e fabricado pela poderosa Siemens….. Não é coisa de segunda-mão, não!


Consertado, dias depois não prestou mais… Não se faz mais conserto como antigamente!
Primeiro tentou fazer um acordo, mas não quiseram os contrários, pedindo que o caso fosse ao Juiz de Direito.


Caixinha de papelão na mão, indicando que se tratava de um telefone celular, entrou seu Gregório na sala de audiência e apresentou o aparelho ao Juiz: novinho, novinho e não funciona. De fato, o Juiz observou o aparelho e viu que não tinha um arranhão.


Seu José Gregório, marceneiro que é, fabrica e conserta de tudo que é móvel. A Starcell, assistência técnica especializada e indicada pela Insinuante, para surpresa sua, respondeu que o caso não era com ela e que se tratava de “placa oxidada na região do teclado, próximo ao conector de carga e microprocessador” . Seu Gregório: o que é isto? Quem garante? O próprio que diz o defeito, diz que não tem conserto….


Para aumentar sua angústia, a Siemens disse que seu caso não tinha solução neste Juizado por motivo da “incompetência material absoluta do Juizado Especial Cível - Necessidade de prova técnica.” Seu Gregório: o que é isto? Ou o telefone funciona ou não funciona! Basta apertar o botão de ligar. Não acendeu, não funciona. Prá que prova técnica melhor?


Disse mais a Siemens: “o vício causado por oxidação decorre do mau uso do produto”. Seu Gregório: ora, o telefone é novinho e foi usado apenas para falar. Para outros usos, tenho outras ferramentas. Como pode um telefone comprado na Insinuante apresentar defeito sem solução depois de dois meses de uso? Certamente não foi usado material de primeira. Um artesão sabe bem disso.


O que também não pode entender um marceneiro é como pode a Siemens contratar um escritório de advocacia de São Paulo, por pouco dinheiro não foi, para dizer ao Juiz do Juizado de Coité, no interior da Bahia, que não vai pagar um telefone que custou cento e setenta e quatro reais? É, quem pode, pode! O advogado gastou dez folhas de papel de boa qualidade para que o Juiz dissesse que o caso não era do Juizado ou que a culpa não era de seu cliente! Botando tudo na conta, com certeza gastou muito mais que cento e setenta e quatro para dizer que não pagava cento e setenta e quatro reais! Que absurdo!


A loja Insinuante, uma das maiores e mais famosas da Bahia, também apresentou escrito de advogado, gastando sete folhas de papel, dizendo que o caso não era com ela por motivo de “legitimatio ad causam”, também por motivo do “vício redibitório e da ultrapassagem do lapso temporal de 30 dias” e que o pobre do seu Gregório não fez prova e então “allegatio et non probatio quasi non allegatio”.


E agora seu Gregório? Doutor Juiz, disse Seu Gregório, a minha prova é o telefone que passo às suas mãos! Comprei, paguei, usei poucos dias, está novinho e não funciona mais! Pode ligar o aparelho que não acende nada! Aliás, Doutor, não quero mais saber de telefone celular, quero apenas meu dinheiro de volta e pronto!


Diz a Lei que no Juizado não precisa advogado para causas como esta. Não entende seu Gregório porque tanta confusão e tanto palavreado difícil por causa de um celular de cento e setenta e quatro reais, se às vezes a própria Insinuante faz propaganda do tipo: “leve dois e pague um!” Não se importou muito seu Gregório com a situação: um marceneiro não dá valor ao que não entende! Se não teve solução na amizade, Justiça é para isso mesmo!


Está certo Seu Gregório: O Juizado Especial Cível serve exatamente para resolver problemas como o seu. Não é o caso de prova técnica: o telefone foi apresentado ainda na caixa, sem um pequeno arranhão e não funciona. Isto é o bastante! Também não pode dizer que Seu Gregório não tomou a providência correta, pois procurou a loja e encaminhou o telefone à assistência técnica. Alegou e provou!


Além de tudo, não fizeram prova de que o telefone funciona ou de que Seu Gregório tivesse usado o aparelho como ferramenta de sua marcenaria. Se é feito para falar, tem que falar! Pois é Seu Gregório, o senhor tem razão e a Justiça vai mandar, como de fato está mandando, a Loja Insinuante lhe devolver o dinheiro com juros legais e correção monetária, pois não cumpriu com sua obrigação de bom vendedor.


Também, Seu Gregório, para que o Senhor não se desanime com as facilidades dos tempos modernos, continue falando com seus clientes e porque sofreu tantos dissabores com seu celular, a Justiça vai mandar, como de fato está mandando, que a fábrica Siemens lhe entregue, no prazo de 10 dias, outro aparelho igualzinho ao seu. Novo e funcionando! Se não cumprirem com a ordem do Juiz, vão pagar uma multa de cem reais por dia!


Por fim, Seu Gregório, a Justiça vai dizer à assistência técnica, como de fato está dizendo, que seu papel é consertar com competência os aparelhos que apresentarem defeito e que, por enquanto, não lhe deve nada.


À Justiça ninguém vai pagar nada. Sua obrigação é fazer Justiça!


A Secretaria vai mandar uma cópia para todos.


Como não temos Jornal próprio para publicar, mande pelo correio ou por Oficial de Justiça.
Se alguém não ficou satisfeito e quiser recorrer, fique ciente que agora a Justiça vai cobrar.
Depois de tudo cumprido, pode a Secretaria guardar bem guardado o processo!


Por último, Seu Gregório, os Doutores advogados vão dizer que o Juiz decidiu “extra petita”, quer dizer, mais do que o Senhor pediu e também que a decisão não preenche os requisitos legais. Não se incomode. Na verdade, para ser mais justa, deveria também condenar na indenização pelo dano moral, quer dizer, a vergonha que o senhor sentiu, e no lucro cessante, quer dizer, pagar o que o Senhor deixou de ganhar.


No mais, é uma sentença para ser lida e entendida por um marceneiro.


Conceição do Coité, Bahia, 21 de setembro de 2005 Gerivaldo Alves Neiva, Juiz de Direito

quarta-feira, março 07, 2007

Um po$t diferente...


Como já disse em outro e no primeiro post desse meu primeiro blog, comecei a postar o que escrevo por influência de uma amiga minha já presente no mundo dos blogs a bastante tempo, mas hoje recebi um e-mail com uma notícia muito legal, que em míudos diz que se você quer unir o útil ao agradável ou vice-versa, você ainda pode sair lucrando!

Não é uma maravilha?! Posso escrever o que gosto e gostando de escrever como gosto, ainda posso ganhar dinheiro =D

Não...não sou materialista, definitivamente não. Valorizo mais as relações interpessoais e uma vida com Deus, afinal aqui é tudo muito passageiro e sem valor pra eternidade. Mas convenhamos, ele acaba sendo importante para a sobrevivência, e como qualquer outro ser humano só a sobrevivência não nos faz alcançar sonhos, portanto, não é errado querer um pouquinho mais.

Então, quem sabe essa minha pequena janela da alma não seja visitada por mais pássaros e andorinhas que circulam esse mundo internético e me abençoem através de contas polpudas vindas do google?! hehehe...

Acabei visitando um desses bloggeiros profissionais - Blog do Cardoso, como estão sendo chamados, e o cara saiu na tal reportagem que eu li, e apesar do blog dele ser cheio de matérias legais, e embaçar a vista da gente com tannnntos anúncios(deve vir daí a renda do blog), não é assim tão melhor do que o da minha amiga por exemplo.

O que me leva a uma "brilhante" conclusão: Não preciso escrever besteiras, plagiar outras coisas, criticar o governo etc, posso continuar eu mesma e o refletir o que se passa por aqui dentro...o que eu preciso é de mais assiduidade aqui na minha página e de mais visitantes :)

Então, me anuncie hehehe...anunciem ela também :D

segunda-feira, março 05, 2007

O jardineiro fiel e sua pequena flor...


Como pode uma coisinha tão pequenininha causar tamanho impacto na minha vida?!
Talvez pudesse ser pelas cores vivas, ou pela delicadeza, ou mesmo pela beleza. Mas não. Definitivamente não.
A grandiosidade que ela obteve não foi pela graciosidade que ostenta, mas por tão pequena e maravilhosa atitude.
Suas mãos. Sim, as mãos de um jardineiro fiel, que em meio à escuridão de um jardim ofuscado pela sombra da noite e de alguns espinhos, consegue enxergar uma linda flor.
Ele a colhe.
Um gesto de ternura, de amor.
Sim, o maior amor do mundo em uma pequenina e grandiosa atitude.
A melhor e mais bela flor do mundo não tem laços, tampouco celofane, tem mãos. Mãos de um enamorado atento, que sabe bem como regar o seu jardim secreto.

Amo muito você!

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Chuva


O sol que desponta, desaparece
O céu escurece
O vento se intensifica, o clima esfria...
A poeira forma redemoinhos, as folhas caem sem graça e leveza
Um pingo.
As pálpebras se fecham, a menina dos olhos se entristece
Torrentes de águas descem
Lavam a terra, a alma, limpa os olhos e o céu
Desembaça as vistas e apaga os incêndios
Alimenta o leito dos rios, os animais, o corpo e dá vida à alma sedenta
Rega a semente e a esperança sente
Nos faz homens na terra frutífera e humanos na alma fértil
Logo o sol aponta, reaparece
O brilho aquece, o sorriso enlarguesse
A árvore dá o seu fruto e a alma amanhece com um novo rumo
Chuva é vida. É lágrima aquecida.
É um pouco de nós e da nossa loucura
Que ora destrói e ora constrói
É lembrança dos céus e do Pai
De que a mesma água que machuca; é a que purifica. Traz vida.
Seja bem vinda chuva
Venha impetuosa
Venha como o orvalho da manhã
Venha....venha sobre nós.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Meus Natais...


Já se passaram quase dois meses dessa data festiva, data que elegeram para comemorar o nascimento do maior de todos os homens que já pisaram na face dessa terra.

Não pretendo discorrer sobre o que penso dessa data comercil, tampouco sobre sua origem pagã. Quero falar apenas sobre o seu significado na minha vida...


Nunca fui ensinada para acreditar em um bom velhinho de barbas brancas que poderia me dar presentes, caso eu fosse uma boa menina durante o ano.

Desde pequenina fui fui criada com base nos eternos princípios cristãos, e fui ensinada que para ser abençoada deveria obedecer a Deus, o meu Pai de amor, e aprendi depois que obediência tem muito mais a ver com o coração, do que com as ações que se pratica. Obediente é ter um coração sincero, aberto e que diz sim com prazer, e ouve um não com o mesmo prazer, mesmo que não seja agradável, e aí as ações são meras consequências...mas, o assunto não é sobre como ser obediente em dez dias hehehe...

Vou lhes dizer como e quando descobri a importância do natal na minha vida...

Mas, repito, não é pelo significado que carrega, ou pelos efeitos mercantis que gera, mas pela forma mágica, como de uma maneira inexplicável, é capaz de tornar sensível o coração mais duro e reprimido, de tornar a casa da avó tão cheia de tios e primos ao redor de uma mesa farta. Creio que é porque Deus tem o grande poder de transformar coisas ruins e carregadas de simbolismos negativos, em coisas boas.

Assim, mesmo com sua origem tenebrosa, o natal tem de fato um brilho especial e vivo.

A algum tempo atrás eu passei a criticar esse dia natalino, vendo apenas o lado negativo das duas faces da moeda. No entanto, esse último natal, me fez refletir sobre isso, e me levou por uma viagem fabulosa dentro da minha memória...


Era a data mais esperada do ano, depois dos aniversários, claro.

Para mim, ter toda minha grande e numerosa família reunida, ver meus primos distantes e espalhados por esse Brasil, na mesma casa, com a mesma avó era fascinante.

Passar a noite tomando conta da rua, brincando, se divertindo, fazendo suspense com amigo secreto prestes a ser revelado era embriagante.

Depois, com o passar dos anos, a brincadeira na rua foi substituída por troca de segredinhos, risinhos e a eleição, às escuras, dos primos mais bonitos...ah! Lembrar de tudo isso me faz reviver ao menos as boas sensações puras e juvenis! O final da noite era sempre selado com uma oração de graças pra lá de formal, mas que no fundo eu sabia e entendia que aqueles belos e felizes momentos familiares eram graças a Deus. A Ele somente.

Todos esses natais na minha Goiânia querida são como jóias guardadas, como se estivessesm sido descobertas a pouco...Mas, também não posso me furtar das lembranças dos natais em Brasília..lá não tinha tantos primos, é verdade, e os que tinham eram mais velhos do que eu, com interesses sempre diferentes...e aí, a diversão ficava por conta do meu pai, tios e meu vozinho (que saudade eterna!), que pareciam crianças reunidas, unidas, que até hoje, me causa uma admiração sem igual.

Aos poucos, entretanto, me deixei levar pelos pontos negativos, pelos vales tortuosos dessa data festiva.

Mas, esse último natal, com poucas pessoas e longe de uma tão querida e amada, me fez pensar no seu real sentido pra mim...por mais que se critique, que existam erros e falhas, não conheço outra data que seja capaz de unir os distantes, estreitar os laços de sangue, e aquecer o coração dos amantes. Amantes uns dos outros, da vida, e de Deus.

Hoje, as crianças cresceram, alguns em outros rumos, com novas famílias, deixando que as suas crianças lá festejem, ficando a cargo de nós, os crescidos, carregaro o legado e eterniza-lo. Não deixando que essa chama que arde mais nesses dias, se apague, mas que crie labaredas, capazes de iluminar o céu da meia-noite.

Pois, por mais que Jesus Cristo tenha nascido em outra época, Ele pode tornar esse dia 25/12, um belo momento de união e fraternidade para nos lembrar de um projeto seu que jamais terá fim e que deve SEMPRE ser cuidado: a família!

Não pense nesse momento no lado negativo, porque são muitos..como "por que sentir isso apenas uma vez no ano", mas pense no lado bom e positivo, e por que não?!