terça-feira, fevereiro 06, 2007

Chuva


O sol que desponta, desaparece
O céu escurece
O vento se intensifica, o clima esfria...
A poeira forma redemoinhos, as folhas caem sem graça e leveza
Um pingo.
As pálpebras se fecham, a menina dos olhos se entristece
Torrentes de águas descem
Lavam a terra, a alma, limpa os olhos e o céu
Desembaça as vistas e apaga os incêndios
Alimenta o leito dos rios, os animais, o corpo e dá vida à alma sedenta
Rega a semente e a esperança sente
Nos faz homens na terra frutífera e humanos na alma fértil
Logo o sol aponta, reaparece
O brilho aquece, o sorriso enlarguesse
A árvore dá o seu fruto e a alma amanhece com um novo rumo
Chuva é vida. É lágrima aquecida.
É um pouco de nós e da nossa loucura
Que ora destrói e ora constrói
É lembrança dos céus e do Pai
De que a mesma água que machuca; é a que purifica. Traz vida.
Seja bem vinda chuva
Venha impetuosa
Venha como o orvalho da manhã
Venha....venha sobre nós.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Meus Natais...


Já se passaram quase dois meses dessa data festiva, data que elegeram para comemorar o nascimento do maior de todos os homens que já pisaram na face dessa terra.

Não pretendo discorrer sobre o que penso dessa data comercil, tampouco sobre sua origem pagã. Quero falar apenas sobre o seu significado na minha vida...


Nunca fui ensinada para acreditar em um bom velhinho de barbas brancas que poderia me dar presentes, caso eu fosse uma boa menina durante o ano.

Desde pequenina fui fui criada com base nos eternos princípios cristãos, e fui ensinada que para ser abençoada deveria obedecer a Deus, o meu Pai de amor, e aprendi depois que obediência tem muito mais a ver com o coração, do que com as ações que se pratica. Obediente é ter um coração sincero, aberto e que diz sim com prazer, e ouve um não com o mesmo prazer, mesmo que não seja agradável, e aí as ações são meras consequências...mas, o assunto não é sobre como ser obediente em dez dias hehehe...

Vou lhes dizer como e quando descobri a importância do natal na minha vida...

Mas, repito, não é pelo significado que carrega, ou pelos efeitos mercantis que gera, mas pela forma mágica, como de uma maneira inexplicável, é capaz de tornar sensível o coração mais duro e reprimido, de tornar a casa da avó tão cheia de tios e primos ao redor de uma mesa farta. Creio que é porque Deus tem o grande poder de transformar coisas ruins e carregadas de simbolismos negativos, em coisas boas.

Assim, mesmo com sua origem tenebrosa, o natal tem de fato um brilho especial e vivo.

A algum tempo atrás eu passei a criticar esse dia natalino, vendo apenas o lado negativo das duas faces da moeda. No entanto, esse último natal, me fez refletir sobre isso, e me levou por uma viagem fabulosa dentro da minha memória...


Era a data mais esperada do ano, depois dos aniversários, claro.

Para mim, ter toda minha grande e numerosa família reunida, ver meus primos distantes e espalhados por esse Brasil, na mesma casa, com a mesma avó era fascinante.

Passar a noite tomando conta da rua, brincando, se divertindo, fazendo suspense com amigo secreto prestes a ser revelado era embriagante.

Depois, com o passar dos anos, a brincadeira na rua foi substituída por troca de segredinhos, risinhos e a eleição, às escuras, dos primos mais bonitos...ah! Lembrar de tudo isso me faz reviver ao menos as boas sensações puras e juvenis! O final da noite era sempre selado com uma oração de graças pra lá de formal, mas que no fundo eu sabia e entendia que aqueles belos e felizes momentos familiares eram graças a Deus. A Ele somente.

Todos esses natais na minha Goiânia querida são como jóias guardadas, como se estivessesm sido descobertas a pouco...Mas, também não posso me furtar das lembranças dos natais em Brasília..lá não tinha tantos primos, é verdade, e os que tinham eram mais velhos do que eu, com interesses sempre diferentes...e aí, a diversão ficava por conta do meu pai, tios e meu vozinho (que saudade eterna!), que pareciam crianças reunidas, unidas, que até hoje, me causa uma admiração sem igual.

Aos poucos, entretanto, me deixei levar pelos pontos negativos, pelos vales tortuosos dessa data festiva.

Mas, esse último natal, com poucas pessoas e longe de uma tão querida e amada, me fez pensar no seu real sentido pra mim...por mais que se critique, que existam erros e falhas, não conheço outra data que seja capaz de unir os distantes, estreitar os laços de sangue, e aquecer o coração dos amantes. Amantes uns dos outros, da vida, e de Deus.

Hoje, as crianças cresceram, alguns em outros rumos, com novas famílias, deixando que as suas crianças lá festejem, ficando a cargo de nós, os crescidos, carregaro o legado e eterniza-lo. Não deixando que essa chama que arde mais nesses dias, se apague, mas que crie labaredas, capazes de iluminar o céu da meia-noite.

Pois, por mais que Jesus Cristo tenha nascido em outra época, Ele pode tornar esse dia 25/12, um belo momento de união e fraternidade para nos lembrar de um projeto seu que jamais terá fim e que deve SEMPRE ser cuidado: a família!

Não pense nesse momento no lado negativo, porque são muitos..como "por que sentir isso apenas uma vez no ano", mas pense no lado bom e positivo, e por que não?!